Vivendo e aprendendo
3 Comentários so far
Deixe um comentário
Eu tenho uma amiga cadeirante. A conheci anos atrás, ainda andante. Ganhando de mim em um campeonato de dardos.Bla bla bla Whiskas Saché ela sofreu um acidente que a deixou presa em uma cadeira de rodas.
Peraí. Para tudo. Presa? Nunca nessa vida!
Ela não deixa de fazer nada que tenha vontade. Sai pra caramba, vai a festas, dirige, trabalha em uma puta empresa, namora, faz ‘coisinhas’, rs, e adora uma cervejota.
Ontem, fomos tomar uma dessas cervejotas. E na hora de ir embora, como eu também ia, me ofereci pra ajudá-la a colocar a cadeira na mala do carro.Morrendo de medo de fazer lambança, afinal, eu sou uma desastrada.Não sabia se eu podia ajudar empurrando a cadeira, não sabia o que eu devia fazer. Mas fui perguntando e indo.Timidamente conduzi a cadeira e a levei na porta do carro.O caminho, cheio de pedrinhas portuguesas – lindas, mas são terríveis pra um cadeirante – foi tirado de letra por ela.Encostou a cadeira na porta do carro, abriu, puxa daqui, levanta dali e pá. Sentou no banco do motorista.Eu, boquiaberta, perguntei o que fazer com a cadeira.
– Ah, Dri, se quiser ajudar, tudo bem, mas não precisa.
– Não, como faz com a roda?
Nisso ela, em um movimento rápido, já havia tirado uma das rodas.
– E como tira a outra?
– Ah, empurra aí no miolinho e pronto, a roda sai.
Achei que era simples… Demorei um pouco e consegui tirar. Achei que era o maior peso essa roda. Nada. Levíssima.Peguei a cadeira, igualmente levíssima, e fiquei horas pra tentar encaixar no porta-malas.
– As rodas você encaixa onde tiver espaço.
Coloquei as rodas e fechei a mala.
E lá foi ela, dirigindo seu carro, embora pra casa.E eu fui andando, pela rua, pensando em como as coisas podem ser tão mais simples do que a gente imagina que elas sejam.
Cara… Te dedico, Crieis…. Você é foda.
3 Comentários so far
Deixe um comentário
Imagina, sou nada de mais, apenas sigo com minha vida. Mas obrigada! Bjs, Crieis.
Comentário por Anônimo 16/10/2011 @ 2:51 pmPra variar,super bem escrito.
Comentário por Anônimo 15/10/2011 @ 11:41 pmEstes textos valiam a pena ser publicados.
E juro que não é porque sou sua mãe.
Parabéns. Eu começo a ler e não consigo parar
Isso aê felha,,, quem põe limites somos nós mesmos. Até percebemos as nossas capacidades, vivemos com esses binóculos invertidos, achando que tudo está muito longe para ser alcançado. A Crieis, que não conheço, me deu uma lição! Que mereço! Bjks Baffta!
Comentário por Binho do Stacyo 15/10/2011 @ 5:18 pm